terça-feira, 31 de julho de 2007

primeiras respostas de muitas que estão por vir

Outro recorte, esse do blog do Fernando Rodrigues (). Primeiras respostas para as primeiras perguntas(ver post abaixo), Outras virão, é preciso dar tempo ao tempo.

"Senadores aprovaram diretores da Anac com
elogios e quase sem nenhum questionamento


Hoje o governo reclama da qualidade dos diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Palácio do Planalto e oposição falam a mesma língua. Senadores, deputados e ministros criticam a baixa qualidade dos integrantes da autarquia. Mas o cenário foi bem diferente em 15 de dezembro de 2005 (embora o Senado tenha se equivocado e redigido "15 de novembro" na ata da reunião), quando foram aprovados os nomes dos integrantes desse poderoso organismo.

Realizou-se nessa data a sessão na Comissão de Infra-Estrutura do Senado para sabatinar de uma vez quatro dos cinco diretores da Anac _como determina a Constituição. Deveriam ser fortemente inquiridos, mas não o foram. A sessão de 2 horas e 19 minutos resultou apenas em uma ação entre amigos, com troca de elogios, conversas amenas, piadas e votos de feliz ano novo _era o último dia de trabalho dos senadores antes das festas de fim de ano.

A transcrição da sessão de sabatina dos diretores da Anac revela com crueza a incapacidade do Senado na hora de cumprir uma de suas missões: investigar verdadeiramente se os indicados pelo Palácio do Planalto estão à altura do desafio de regular um determinado setor da economia.

Veja abaixo como os senadores se comportaram diante da indicação de Denise Abreu, Leur Lomanto, Milton Zuanazzi e Jorge Velozo para a Anac.


(leia os detalhes aqui: http://uolpolitica.blog.uol.com.br/arch2007-07-29_2007-08-04.html#2007_07-30_18_08_40-100696682-0 )



A "sabatina" que não existiu

Mesmo com os relatórios epidérmicos sobre os indicados para a diretoria da Anac, nada impediria senadores de oposição de participar da sessão da Comissão de Infra-Estrutura. Depois das exposições dos currículos, começaria a sabatina.

Curiosamente, nada foi perguntado aos 3 indicados de fora do setor. Só o coronel aviador Velozo recebeu duas perguntas, mas foram genéricas (sobre o que ele achava que aconteceria com a Varig e sobre o estado da segurança dos vôos).

Poucos senadores falaram _e só para fazer enaltecer os indicados. Até porque o interesse de alguns ali era só votar e ir embora, sem prestar atenção no que era dito durante a sessão.

Escrito por Fernando Rodrigues às 18h08
[(26) Comentários] [Regras] [envie esta mensagem] [link]"

Seria de rir, se não fosse triste...

O deputado e o casamento da filha do Alckmin

Esta é demais. Recortei do blog do josias (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/) que reproduziu a coluna da Mônica Bergamo na Folha de São Paulo de hoje, demonstra até onde podemos ir quando se trata da não existência de limites entre o público e o privado:

"31/07/2007
‘Normalidade’, ‘discernimento’ e ‘sensibilidade’

É irrefreável o instinto de certos políticos de ter à sua disposição tudo o que o dinheiro –do contribuinte— pode comprar. Pilhado num ato de mordomia explícita, o deputado estadual tucano Vaz de Lima concedeu uma entrevista à coluna de Mônica Bergamo (assinantes da Folha). Nota-se em cada palavra o extraordinário esforço empreendido por Sua Excelência para não parecer o que realmente é. Ao final, verfica-se que ele acabou sendo precisamente o que parece. Leia:

Chapa branca : O deputado estadual Vaz de Lima (PSDB), presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, usou um carro oficial para ir ao casamento de Sophia Alckmin e Mário Ribeiro, na noite de sexta. O veículo, um Astra preto, levou o político e a mulher Ivani ao mosteiro de São Bento, local da cerimônia. O deputado falou à coluna:



- O senhor usou um carro oficial da Assembléia para ir ao casamento?
Eu sou o presidente da Assembléia, era uma representação.

- Mas um casamento não é um evento oficial.
Pelo menos essa tem sido a normalidade. Não vi nada que pudesse me impedir, entendeu? Tenho meu carro, tenho tudo, mas não vi nada de irrelevante [sic] nessa história. Cada um tem que ter o seu juízo no momento.

- E o senhor não considerou isso [o uso do carro oficial] um problema?
Tanto não considerei que fui. Não vi nenhum problema. O indivíduo tem que ter discernimento. Eu tento distinguir isso da melhor maneira possível. Vou te dar um exemplo: ontem eu levei meu neto ao teatro. "Catei" meu carro e fui, claro. Não poderia ir de outra forma. Antes de ontem, teve aniversário da filha de um assessor. Fui com meu carro pessoal. É preciso ter sensibilidade.

Que diferença existe entre o aniversário da filha de um assessor e o casamento da filha do ex-governador Alckmin?
Na minha avaliação, eu iria encontrar o mundo político todo lá [no casamento de Sophia Alckmin]. Eu não imaginei que isso pudesse ser um problema."

segunda-feira, 30 de julho de 2007

segundas reflexões: primeiras perguntas

Perguntas que não querem e não podem calar;
1) Quem é responsável pela transformação do aeroporto de Congonhas em centro da malha aérea brasileira, mesmo após todos os grandes aeroportos localizados em grandes centros, como o de Orly, na França e Pampulha em BH terem sido redefinidos e passarem a receber apenas pequenas aeronaves de vôos regionais?
2) Quem é responsável pela fato de a pista do aeroporto de Congonhas não ter uma área de escape, uma espécie de "acostamento", para emergências e ainda assim, continuar a receber todo o tipo e tamanho de aeronaves?
3) Quem é responsável por "deixar" que o entorno do aeroporto de Congonhas fosse totalmente ocupado por construções de todo o tipo, inclusive postos de gasolina e hotéis de 11 andares?
4) Quem é responsável pela criação de "agências reguladoras" do tipo ANAC, com mandatos que garantem uma estabilidade que nem o presidente da república tem?
5) Quem é responsável pela ploriferação de orgãos de "comando" na área da aviação no Brasil, que nada comandam e não conseguem se entender nas mínimas questões, como por exemplo na crise com os controladores de vôo que se arrastou por meses e meses?
6) Quem é responsável pelo fato de as cias aéreas priorizarem os lucros sobre tudo o mais?
7) Quem é responsável pelo acidente que envolveu o Legacy e o boeing da Gol?
8) Quem é responsável pela afirmação de que o acidente do Legacy e da Gol teria alguma ligação com o acidente da Tam?
9) Quem é o responsável pela tentativa de se incriminar o governo federal como responsável direto pelo acidente da Tam, antes de qualquer dado objetivo sobre as causas do acidente?
10) Quem é responsável pela reação imobilista do governo federal nas primeiras 72 horas após o acidente? E, especialmente, pelo fato de NINGUÉM (especialmente o chefe do governo) governo federal se deslocar para São Paulo para manifestar solidariedade com as vítimas e demonstrar que tudo seria apurado?
11) Quem é responsável pelo fato de que tudo isto foi acontecendo ao longo do tempo e a "sociedade" não tenha se manifestado, por exemplo pedindo o fechamento do aeroporto de Congonhas?

Sem comentários

Do Uai.com.br: notícias do Brasil:

"Segunda-feira 30 de julho de 2007 17:37
Mãe sai para boate e bebê morre sozinho em casa
Agência Estado
O recém-nascido Pedro Caíque, de sete meses de idade, foi encontrado morto dentro de uma residência, no bairro da Jatiúca, zona norte de Maceió. De acordo com a Polícia Militar de Alagoas o garoto havia sido abandonado pela mãe, Tatiana Evelin de Sousa Sena, de 18 anos. Em depoimento, a mãe do bebê disse que alimentou o bebê por volta de 1 hora do domingo e saiu para uma boate em Jaraguá, quando retornou o garoto já havia falecido.
Tatiana foi detida por abandono de pessoa incapaz e conduzida para a Delegacia de Plantão III, no bairro de Jaraguá. Segundo os policiais que efetuaram a prisão, ela tentou reagir e, juntamente com o tio Antônio Marcos Ferreira da Silva, de 22 anos, partiu para agredir os soldados.
O corpo do bebê foi levado para o Instituto Médico Legal Estácio de Lima para que fosse determinada a causa da morte. Após a necropsia, o cadáver deve ser liberado para o sepultamento. Caíque Pedro era o quarto filho de Tatiana."

18 anos, quarto filho, Jatiúca, Maceió, Brasil. Vida que segue...

primeiras reflexões

As discussões no Brasil costumam ser apressadas e superficiais. Exercitamos uma espécie de culto às conclusões fáceis e simplificadas. Quase sempre em busca de um bode expiatório, que nos tranquilize. O preço é alto; quase sempre isto nos impede de enxergar e colocar a nú os verdadeiros problemas, as causas primárias, as conexões entre fatos, entre erros, as distinções entre falhas, fatalidades, má fé, imprudências, negligências e canalhices de todo o tipo. O caminho mais rápido é a catarse coletiva, o linchamento midiático, a fogueira purificadora. Nossos males são sempre causados pelos outros. A responsabilidade é sempre de alguém etéreo, um ser "tipo ideal", para voltarmos ao velho Max Weber. Nossas tragédias servem para um culto coletivo de expiação escondida dos nossos erros. Chora-se pelo bons e pelos maus motivos. Chora-se de dor sincera, de consternação justa e justificável, de humanismo pleno, de identificação solidária com a dor alheia e com a nossa dor. Mas chora-se também como forma de tentar eximirmo-nos das nossas responsabilidades. Chora-se como se todos fôssemos alheios ao que se passa por aí. Adoramos crucificar; se possível que alguém crucifique por nós. Adoramos nos indignar, mas que seja rápido, que náo nos exija muito, que não nos tome tempo e energia, que não nos cobre reflexões, que não nos imponha descobrir todo o processo. Todo o processo? Aí é pedir muito, pois precisamos nos olhar no espelho e nem sempre podemos ou temos coragem para isso. Esse, o pano de fundo. No proscênico a tragédia se desenrola com o enredo costumeiro. Politização (no sentido da partidarização, do interesse eleitoral, da disputa mesquinha por espaço) de todos os aspectos envolvidos nos problemas. As responsabilidades são direcionadas aos adversários, de um lado ou de outro. As culpas não têm históricos. As decisões não tem autores. As cobranças são feitas de acordo com os interesses. Todos mentem, alguns são mais cobrados. Todos jogam para o público. Alguns são apontados jogando. Todos torcem para que o outro seja o culpado. Alguns são mostrados fazendo isto. É evidente que as responsabilidades devem ser dirigidas, identificadas e cobradas - ética e legalmente - de quem as tem, em todos os níveis (governos (em todos os planos, atuais e anteriores, gerentes e diretores de agências que "fingem" fiscalizar, empresas que colocam o lucro em primeiro lugar sobre todo e qualquer outro valor etc). Mas é necessário irmos além, refletirmos um pouco mais sobre tudo isto. Os mortos merecem, os vivos também. Continuemos...

terça-feira, 17 de julho de 2007

de volta

Ufa, atendendo as reclamações de meus dois ou três leitores (fico sempre na dúvida sobre o número correto), voltei. Estava de férias, dez dias, resquício (ainda bem) da herança getulista e do chamado populismo. Ninguém é de ferro né? Mas agora é hora de voltar pro batente. Tantos assuntos, tantas novidades, mas confesso que nenhuma me sensibilizou muito a ponto de escrever aqui sobre ela: vaias no Lula? vitória sobre a argentina? a novela Renan? a labirintite da Fátima? Sei lá, acho que vou escrever alguma coisa sobre um dos livros que li nas férias: "Gracias por el fuego!", de Mário Benedetti, um uruguaio. Mas só amanhã, que ainda estou meio de férias.

terça-feira, 26 de junho de 2007

errei

Desculpem-me meus dois ou três leitores, mas eu errei. O que não é raro. A moça, que aliás se chama Sirley Dias de Carvalho Pinto, que foi covardemente agredida pelas cinco "crianças" no Rio não tem 28 anos, tem 32. Mas este detalhe não muda o essencial: cadê a ampla indignação contra este bárbaro crime. Ou ficaremos ouvindo os pais dos marmanjos dizendo as aberrações que já disseram? Ah, só pra lembrar: os que agrediram o índio Galdino em Brasília anos atrás também eram cinco e também sairam-se com a pérola: "achamos que era um mendigo". Se não me engano, dos cinco, quatro estão soltos e só um preso. Assistiremos a um replay?

De quem é a "culpa"?

Segundo o pai citado no post anterior a "culpa" não é dos pais. Trocando o "culpa" por responsabilidade, ele tem razão. As "crianças" de 19, 20 e 21 anos que estudam e trabalham são responsabilizáveis, penal e eticamente. Simples assim.

triste, muito triste ou cadê a indignação da "sociedade"

As cenas já são conhecidas: a jovem -isso mesmo, jovem, pois ela só tem 28 anos- saiu do trabalho (a casa de família aonde exerce seu ofício de doméstica, resquício indelével da antiga (?) escravidão) um pouco antes das 5 h da manhã de domingo para ir ao médico. Chegou em um ponto de ônibus, onde esperava o coletivo e onde estavam outras duas mulheres também aguardando condução. Na mesma hora cinco jovens de classe média alta, quatro deles estudantes universitários e um técnico com formação de segundo grau saiam de uma boate aonde certamente se divertiram, beberam, namoraram, como é usual nesta faixa etária e e social. Até ai tudo bem. O problema é que estas duas realidades se encontraram: as mulheres no ponto de ônibus e os jovens no carro que um deles ganhou dois dias atrás. O resultado desse encontro também já é conhecido. Qual uma tropa de choque da SS os jovens investiram contra a jovem que esperava o ônibus para ir ao médico: tomaram sua bolsa e começaram uma sessão de agressões. Chutes, socos e cotoveladas especialmente em seu rosto. Quatro jovens fortes contra uma jovem. O quinto espereva no carro, provavelmente ligado para qualquer emergência. Para não perderem a viagem agrediram também as outras duas mulheres que lá estavam. Ponto final em mais um caso de agressão injustificável no Rio de Janeiro, não fosse um taxista ter anotado placa do veículo condutor da Blitzen. O resto também já se sabe. A jovem teve que ir ao hospital com o rosto e os braços cobertos de hematomas e com suspeitas de ruptura de ossos na face e os jovens foram pouco a pouco presos pela polícia através da placa do carro repassada pelo motorista de táxi. Candidamente eles, os jovens, disseram que confundiram a jovem com uma prostituta. Ah bom! Sintomático tanto pelo lado psicanalístico - eles agridem prostituras por qual motivo: desejo recalcado ou impotência em arrumar namoradas ou namorados?; quanto pelo lado policial - eles agridem prostitutas ou foi a primeira vez? E as reações? Até agora as reações vieram da mídia que fez um boa cobertura já no domingo à noite (Fantástico) e na segunda nos principais jornais do país. A polícia agiu rápido e prendeu os cinco, sendo o último na noite de segunda. A OAB pediu uma punição rigorosa. E os pais? Ah os pais. Claro que não dá para generalizar, pois apenas um veio a público defender abertamente os filhos, dizendo: "quero dizer à sociedade que nós, pais, não temos culpa disso. Eles cometeram um erro? Cometerem. Mas não vai ser justo mantermos CRIANÇAS (grifo meu) que estudam, estão na faculdade, trabalham, presas. Botar( sic) eles numa Polinter? Desnecessário." Aguardam-se outras manifestações. A bárbarie se manifesta de formas variadas. Nem se fala aqui da violência generalizada, da bala perdida, do assalto e do latrocínio. Fala-se da violência banalizada, sem motivos aparentes (que nunca justificam-a). Fala-se da covardia e da bestialidade. Fala-se de jovens pobres que mesmo, aparentemente, tendo visto que arrastavam uma criança de seis anos presa ao cinto de segurança do automóvel que acabaram de roubar, não tiveram coragem de parar e a arrastaram por mais de seis quilômetros, matando-a em um episódio horrendo. Fala-se desses cinco jovens ricos, que estudam, ganham carro, vão a boates, têm dinheiro e que transformam-se em carrascos cruéis e sanguinários. Fala-se disso tudo e teme-se que as reações sejam diferentes nestes dois casos. Quais as diferenças? Para onde caminharão os arautos do endurecimento penal, da pena de morte, e até mesmo os filófos do "olho por olho, dente por dente"? E as manifestações de indignação que percorreram o país? E os outdors em Belo Horizonte? Triste, muito triste; nossa sociedade está doente, muito doente. Esperam-se as reações. Ou as "CRIANÇAS" agora serão os agressores e as vítimas?

segunda-feira, 11 de junho de 2007

É estarrecedor!

Abaixo os dados sintéticos de uma das tragédias nacionais: os acidentes envolvendo caminhões nas estradas. È de desanimar. Fruto de um cem número de irresponsabilidades, que começaram pela opção de se ligar um país continental como Brasil através de rodovias -ainda no governo JK- e pelo abandono das opções ferroviárias e pluviais. Na sequência, as irresponsabilidades foram aumentando até chegarmos à situação de horror vivida hoje. E o curioso é que ninguém parece se importar, exceto quando a tragédia atinge alguém próximo. Sei não, mas tá passando da hora de TODOS começarem a levar muito a sério este quadro. Se não pelos motivos humanos envolvidos, pelo menos pelas perdas econômicas. Ou será que os ganhos de alguns setores justificam tudo?

"Estradas têm acidente com caminhão a cada 5 minutos
Agência Estado

Um caminhão se acidenta a cada 5 minutos nas estradas federais. É o que mostra um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), com base em dados revisados recentemente pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Também foi feito um ranking de gravidade das rodovias, que aponta a Fernão Dias como a pior estrada do país. No Estado de São Paulo, porém, os trechos mais críticos estão na Régis Bittencourt.

De acordo com o Ipea, a diminuição na quantidade de acidentes e o aumento no número de mortos indicam que a gravidade dos desastres nas estradas aumentou. E as más condições das rodovias brasileiras, somadas à imprudência dos motoristas, levam a outro recorde negativo: segundo o sistema de informações de morbi-mortalidade do Ministério da Saúde, são registradas no país 35 mil mortes na área de transporte por ano. Há 4 por hora, uma a cada 15 minutos.

Em 12 meses - segundo semestre de 2004 e primeiro semestre de 2005 -, foram registrados 110.086 acidentes envolvendo caminhões. Esse número diminuiu em comparação ao período anterior, que teve 112.457. Em compensação, foram registradas 6.346 vítimas fatais, ante 6.119 no mesmo período dos anos anteriores. A quantidade de feridos também cresceu: de 66.117 para 68.524.

Essa estatística do governo federal leva em conta ainda acidentes com transporte aéreo e hidroviário. Mas o impacto de vítimas fatais nessas duas modalidades é pequeno na análise geral: no período de um ano, somaram aproximadamente 200 mortes. Os acidentes com transporte são a segunda maior causa externa de morte no País. Perdem somente para as agressões."

terça-feira, 5 de junho de 2007

vejam a opinião do Nizan Guanaes sobre regulamentação

Este post é do Luiz Nassif em seu blog, mas não resisti em reproduzí-lo aqui, imerso como estou com o tema da regulamentação versus liberdade de expressão, falssísima polêmica tão de agrado da grande mídia. vejam:

"Os neo-super-liberais e a publicidade

Olha só a ironia desses recém-super-liberais que acham que qualquer classificação de programas, ainda que meramente indicativa, é interferência indevida do Estado.

A carta a seguir é o Nizan Guanaes, foi publicada hoje na “Folha” a respeito de se proibir comerciais de bebidas em horário nobre. Mostra que em mercados organizados, a classificação indicativa é fundamental.

Do Painel do Leitor

"Acho da maior importância a entrevista com Gilberto Leifert. Séria, técnica e clara. Dela virão outros desdobramentos, mas é preciso que a indústria da comunicação participe deste debate.
Estamos muito mais longe das principais democracias do mundo no que diz respeito ao rigor de comercialização do que em comunicação de cerveja. Se um astro americano é pego dirigindo bêbado, ele vai preso. Isso não ocorre nem de longe no Brasil.
Qualquer garoto pode comprar bebida neste país. Lá fora isso não é admissível. O estabelecimento é fechado se for pego vendendo a menores. A veiculação depois das 20 horas não é tecnicamente eficaz. O que se faz nos Estados Unidos e na Inglaterra é proibição pelo perfil da audiência. Comercial de cerveja só pode ser veiculado em programa com mais de 70% de audiência adulta. O "Bom Dia Brasil", da Globo, vai ao ar às 7h30, e sua audiência é esmagadoramente adulta. As 23h, um canal infantil continua sendo infantil.

Olho técnico na comunicação e rigor absoluto na comercialização é a maneira mais técnica de combate aos abusos do álcool."

NIZAN GUANAES, presidente da Africa Propaganda (São Paulo, SP)

enviada por Luis Nassif"

ainda a classificação indicativa

Para enviar seu apoio à política de Classificação Indicativa, basta reencaminhar mensagem para snj@mj.gov.br , digitando seu nome e CPF logo no início do corpo da mensagem./** **EU APOIO A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA**Será que as emissoras de televisão devem ter o direito de veicular os conteúdos que bem desejarem, a qualquer hora do dia? Ou a sociedade pode exigir que sejam definidos os horários mais adequados para a exibição de determinados programas?*
Ah, não sei porque, mas gostei dessa campanha. E vc?

Classificação indicativa: a polêmica

Uma falsa polêmica está agitando os meios jurídicos e televisivos brasileiros. Desde fevereiro, quando o governo editou, através do Ministério da Justiça, a portaria 264, que reforçou e especificou leis e dispositivos antigos relativos aos parâmetros normativos para a exibição da programação das TVs abertas, uma reação inacreditável de boa parte das emissoras de TV comerciais tem procurado confundir o debate e apresentar como “censura” e “autoritarismo” aquilo que é uma prerrogativa e um dever do Estado: proteger as crianças e adolescentes de serem expostos a cenas de violência e de sexo em qualquer horário. Esta reação, na verdade, procura esconder, em nome da liberdade de expressão, que frise-se não é afetada pela Portaria em questão, interesses ligados à busca ensandecida pela audiência e por publicidade. A Portaria, que entrou em vigor no último dia 13 de maio, foi “amputada” de um de seus mais importantes mecanismos: a vinculação entre a faixa etária e o horário da programação, por uma decisão liminar da Justiça, a pedido da entidade que representa as grandes emissoras de TV, a ABERT. Com isso está temporariamente liberado a exibição em qualquer horário de qualquer programação, com qualquer conteúdo que as TVs julgarem que podem exibir. O argumento das TVs chega a ser ofensivo à inteligência: para eles os pais é quem devem controlar o que os filhos assistem. Ora, é evidente que é essa é uma tarefa e uma obrigação dos pais. Mas não deles apenas. Todos sabemos das dificuldades para que os país tenham esse controle. Essa tarefa e obrigação deve ser compartilhada pelos pais, pelas TVs e pela legislação. Aliás, é assim em praticamente todo o mundo, inclusive nos países mais avançados. Por exemplo, nos Estados Unidos a preocupação com a exposição da faixa etária infanto-juvenil ao conteúdo do que é exibido nas TVs passou a ser objeto de debate mais substancial na década de 90. Uma série de discussões levou à reformulação do Communications Act, em 1996. A nova lei possui um capítulo voltado para o tratamento da obscenidade e violência. E assim é em muitos países. Aqui, parece que os canais de TV comerciais acreditam-se portadores de um direito absoluto acima de todos os outros, como por exemplo o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê a existência de uma regulação dos conteúdos dirigidos aos jovens e crianças e até mesmo da Constituição Federal, que também prevê e define como obrigação do Estado a regulamentação dos limites do que é exibido nos meios de comunicação, que operam –lembremos sempre- por meio de concessões públicas, ou seja, prestam um serviço público, não são, ou não deveriam ser, apenas espaços comerciais. É bom lembrar que a classificação, motivo de toda esta polêmica, não incide em momento algum sobre a cobertura jornalística das emissoras, mas tão somente nos filmes, novelas e programas de entretenimento.
As discussões entre as partes envolvidas diretamente no tema continuam. Espera-se que o bom senso e o interesse público prevaleçam.

terça-feira, 29 de maio de 2007

RENOI - vitória, bela cidade...

Estarei em Vitória participando do primeiro encontro da Rede Nacional de Observatórios de Imprensa, uma iniciativa de vários grupos de pesquisa acadêmica espalhados por Universidades de todo o país, que têm em comum a preocupação, a pesquisa e a batalha pela melhoria da qualidade da cobertura jornalística no Brasil. O Trabalho de "observar" a imprensa começou em nosso país com Alberto Dines, nos anos 80, quando ele editava a coluna "Jornal dos Jornais" na Folha de SP. Depois disso, o mesmo Dines (junto com outros, claro) criou o Observatório da Imprensa na Internet, nos anos 90. Daí pra frente, aos trancos e barrancos, a coisa vem crescendo, irregular e lentamente, mas crescendo. O grande problema: a mídia não gosta de olhar para si mesma, a não ser para se auto-elogiar. Nós, humildemente, queremos um olhar mais amplo que contribua para que a imprensa seja cada vez mais livre, independente e plural. Após Vitória voltaremos ao assunto. Abaixo, a progamação:

"PROGRAMAÇÃO DO PRIMEIRO ENCONTRO DA RENOI - Rede Nacional de Observatórios de Imprensa
Dia 31 de maio – 20h - Auditório do Centro de Artes - UFV - Vitória - ES

Solenidade de abertura
Conferência de abertura
Prof. Dr. Luiz Gonzaga Motta UnB – Mídia & Política – impasses e desafios da crítica de mídia na nova realidade brasileira


Dia 1 de junho
8h às 10h – atividades, oficinas, mini-cursos voltados para estudantes, bolsistas
(aplicações e atividades-piIloto de metodologias)

10h30 às 12h30 Mesa 1 – Cemuni V
As experiências dos grupos mais consolidados
Rogério Christofoletti (Monitor de Mídia), Ana Prado - Unama e Luiz Martins - UnB (SOS Imprensa); Fábio Pereira (Mídia & Política - UnB)

14h30 às 16h30h Mesa 2 Cemuni V
Os grupos mais recentes: problemas e dificuldades
Marcos Santuário Feevale; (Mídia em Foco); Ananias de Freitas (PUC-MG); Wellington Pereira (UFPB) e Angela Loures (Unitau)

16h30 às18h30 Mesa 3 – Cemuni V
A imprensa diante da crítica de dimensão nacional
Luiz Egypto (Observatório da Imprensa); Guilherme Canela (Andi) e Thaïs de Mendonça (Midia & Política)


Dia 2 de junho sábado
8h às 10h – atividades, oficinas, mini-cursos voltados para estudantes, bolsistas
(aplicações e atividades-polito de metodologias)

10h30 às 12h30 Mesa 5 – Cemuni V
Apresentações de trabalhos de IC, TCCs, Projetos Experimentais
Apresentação de posters


14h30 às 16h30 Mesa 5 – Cemuni V
Os novos desafios metodológicos para a crítica de mídia
Josenildo Luiz Guerra – UFS, Fábio Henrique Pereira - UnB; Rogério Christofoletti – Univali; Victor Gentilli - Ufes

14h30 – auditório pequeno
Reunião plenária
a) avaliação da reunião
b) a consolidação da rede – laços com SBPJor e outras redes
c) Próximas atividades (treinamento e capacitação para a primeira grande pesquisa nacional da rede)
d) Institucionalização da rede"

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O velho e mau hannibal lecter

Fui ver "A origem do mal", continuidade da saga do hanibal lecter. Na verdade é uma continuidade que pretende contar a origem da saga. Eu disse pretende. Deixa a desejar. Muito. O filme é fraco do início ao fim, uma história mal costurada e mal contada por atores sofríveis, para dizer o mínimo. Não faz juz ao instigante "Silêncio dos Inocentes", nas belas interpretações de Anthony Hopkins e "Clarisse", digo Judy Foster. Quem viu certamente concordará comigo. Bom, mas o assunto aqui não é a estética nem o cinema, mas o mal. De onde ele vem? Como ele é cultivado? Ele surge como reação ou ele é inato a algumas personalidades? É um desvio de personalidade ou uma tendência não controlada pelo verniz civilizatório? No filme a resposta é de um simplismo atroz: ele é fruto de uma vingança a um ato horrendo cometido contra a família de lecter, ou, mais especificamente, contra sua irmã, quando os dois são ainda crianças. O horror faz transbordar em lecter o horror, em uma espiral contínua de sadismo e violência sem fim. Será? Procuram-se respostas filosóficas e/ou cinematográficas. Voltaremos ao assunto. Ou melhor, voltarei. Aliás, um teste: mal ou mau no título do post? Mal ou mau na abertura do post? Qual está certo?

quarta-feira, 9 de maio de 2007

problemas

no último post saiu tudo em caracteres estranhos, góticos?, mas o erro, claro, foi meu. O meu comentário introdutório ao texto do médico Paulo lotulfo, que escreveu dos EUA, era mais ou menos assim: "Curiosas as reações à chamada quebra de patente do medicamento anti-aids realizada pelo governo brasileiro, seguindo todas as regras da legislação internacional que rege este setor. Os mesmo que queriam (querem) trucidar o loco Morales por estatizar as reservas mineirais (coisa aliás que o Brasil fez há muito tempo) se apressaram a questionar a medida governamental. É aquela história, macheza demais com os humildes e subserviência absoluta aos poderosos." Como dizem os apresentadores: "desculpem a nossa falha". Apenas esta. As outras eu fico devendo.

रेअस् ए reações

करिओसा अस reações à चमडा कुएब्रा दे पतेंते दो मेदिकामेंतो एंटी-एड्स रेअलिज़ादा पेलो गोवेर्नो ब्रसिलेइरो, सेगुंदो तोदोस ओस trâmites लेगैस प्रेविस्तोस ना legislação इन्तेर्नासिओनल। ओउविऊ-से दे तुदो, प्रिन्सिपल्मेंते opiniões तेमेरोसस ए contrárias डॉस मेस्मोस कुए कुएरिं कुए ओ ब्रसिल त्रतास्से ओ लोको दो मोरालेस कामो उम् बंदिदो एटक एटक etc

"7।5।07
Ecos da quebra de patente do efarivenz
Nenhum, por aqui. O Brasil é capa do The New York Times para comentar a contenda do Papado com a Teologia da Libertação, somente isso. A Big Pharma não está preocupada com o a atitude do Ministério da Saúde, mas deveria estar com os brasileiros que ela contrata. Eles são mais realistas que o rei. Nessa segunda feira, o Ministro da Saúde criticou justamente os executivos brasileiros. Há dois dias afirmei que a empresa "piscou". Explico a piscadela: ao invés de informar o currículo acadêmico do Ministro, todo dedicado à questão da incorporação tecnológica ou enfatizar sobre o orgulho nacional que se tornou o programa de aids - elogiado principalmente nos EUA - há grande chance de que a matriz recebeu os comentários ideológicos de sempre sobre "liberdade de mercado" etc etc. Além de acharem, os executivos brasileiors, que o Ministro é aberto ao "diálogo". O especialista em diálogo com aspas está fora do governo com influência diminuta e, nenhuma no Ministério da Saúde.
posted by Paulo Lotufo at 09:09" http://paulolotufo.blogspot.com

terça-feira, 17 de abril de 2007

ओस असिदेंतेस ए आ mídia

वाले लेर:
"Quarta-feira, 11 de Abril de 2007

O desserviço prestado por parte da mídia em relação aos acidentes rodoviários
Mini-editorial do O Globo de hoje (pág. 8) diz o seguinte:"TEMEROSAS com o risco de serem supreendidas no feriado por mais um curto-circuito aéreo, muitas pessoas se aventuraram nas estradas.FUGIRAM DA ameaça de um apagão e encontraram outro: pistas mal conservadas, atulhadas de veículos, vários conduzidos de forma irresponsável.O RESULTADO foi o aumento de mortos e feridos em relação à Semana Santa anterior, a ser debitado ao apagão de infra-estrutura que o país enfrenta."Esse mini-editorial tem a ver com a matéria de ontem, que continha algumas informações fundamentadas em pesquisas e outras que saem da cabeça de alguém e ganham status de verdade, ainda que sem base científica alguma. Juízos sem fundamentação. Vamos às afirmações e juízos que farei, devidamente fundamentados, que mostram o desserviço prestado por matérias e editoriais como esses:1. A principal causa de situação de insegurança nas rodovias e de acidentes é a imprudência dos motoristas. Isto é constatado pelas pesquisas do IPEA, recentemente apresentadas com dados atualizados. A Pamcary, gerenciadora de riscos com milhares de acidentes com caminhões, estudados minuciosamente, informa que as principais causas são: excesso de peso por eixo e cansaço (aliado ao uso de anfetaminas e outras drogas). Em terceiro lugar vem a condição peculiar de uma rodovia, normalmente combinada com os dois fatores principais: a existência de uma curva mais fechada, durante uma descida. A existência de curva mais fechada, normalmente, tem a ver com as condições do relevo, em regiões onduladas ou montanhosas.2. A Pesquisa do IPEA - sobre os custos dos acidentes rodoviários - mostra que o maior se dá na malha rodoviária estadual paulista, reconhecidamente a melhor do país, com padrões nódicos. Então, onde está a relação entre estradas mal conservadas e acidentes?3. As rodovias não estão em condições precárias de conservação. Desafio a qualquer um a procurar na pesquisa da CNT - feita em julho de 2006 - algum dado que confirme essa afirmação. Ao contrário, a pesquisa mostra que os pavimentos e a sinalização, das 109 ligações rodoviárias, apresentam médias 79 e 71, respectivamente. Isso numa amostra de 55 mil quilômetros, sendo 37 mil de rodovias federais e 18 mil de estaduais. Na avaliação específica dos pavimentos, a pesquisa mostra que apenas 10% do total pesquisado apresenta predominância de buracos, inclusive nos acostamentos. De lá para cá, tanto o governo federal como os governos estaduais já investiram alguns bilhões de reais em suas malhas, inclusive com um inédito Programa de Sinalização em que o DNIT está restaurando as sinalizações horizontal e vertical de 48 mil quilômetros.4. Finalmente, é uma enorme bobagem fazer qualquer conexão entre as crises do setor aéreo, provocadas pelos controladores, e o aumento de viagens de automóveis, ônibus, motos e caminhões. Este aumento tem a ver com o crescimento da economia, que gera mais viagens todos os dias e, especialmente, nos feriadões.Portanto, se a mídia quiser prestar um bom serviço para reduzir os acidentes e a mortalidade tem que ir na principal causa: a imprudência e a agressividade dos motoristas, especialmente, os de carros de passeio.
Postado por José Augusto Valente às 09:58 (इन: http://logisticaetransportes.blogspot.com/2007/04/o-desservio-prestado-por-parte-da-mdia.html )

segunda-feira, 16 de abril de 2007

imperdível

Um bom teste sobre caráter:

"Onde começa e termina a ideologia (um divertido esboço)
Para descobrirmos a ideologia de uma pessoa, basta saber como ela trata
seu dinheiro.
IVAN OSÓRIO (1)
Para identificarmos um mau caráter, basta observar como ele trata as
crianças. Se ele as despreza ou humilha, não é incontestável, mas o cara
tem boas possibilidades.
NAILA FREITAS (1)
Caso 1. Meu primo J.R. é engenheiro e não sei se é de esquerda, centro ou
direita. Ele gosta de dormir, mas tem que chegar ao trabalho às 8h da
manhã. Então, calculou a forma mais otimizada de fazê-lo. Sabe como deve
fazer para dar o menor número de passos dentro de sua casa e o algoritmo
ideal para não precisar entrar duas vezes no banheiro. Sabe igualmente as
melhores ruas para trafegar e que, acordando às 7h10, pode ficar 3 minutos
rolando na cama. Nem mais, nem menos. É organizado, confiável, correto,
bem humorado. Parece viver feliz. Ele é inteiro. (2)
Caso 2. Meu amigo A. é matemático e comunista. Ele gosta do trabalho de
sua empregada, a Nenê, que vai a sua casa há trinta anos, três vezes por
semana. Eu soube que um dia A. chegou em casa fora do horário habitual e
Nenê estava lá, sentada, olhando pela janela. Não era dia de faxina e ele
perguntou o que ela estava fazendo. Ela respondeu constrangida que estava
com problemas em casa e achou que podia passar alguns momentos de
tranqüilidade no apartamento dele. Ele arranjou uma desculpa, pegou
qualquer coisa sobre a mesa e disse-lhe que ficasse à vontade. A
propósito, ele é inteiro. (2)
Caso 3. Meu amigo T. é ecologista e pensa ser um liberal de esquerda.
Gosta de criar belas metáforas e analogias para ornamentar seus discursos,
mas nem todos as entendem. Sabe como criá-las utilizando suas idéias. São
bonitas. Quando estava por se separar, pensou se não seria ecológico para
sua alma tentar fazer renascer o amor entre ele e sua mulher. Deu certo. É
adorado por ela. Hoje estão juntos. Sob outros acordos. Ele é inteiro. (2)
Caso 4. Minha amiga P. é violinista, budista e de direita. Ela gosta de
Bach e tatuou aqueles dois esses que furam o tampo frontal dos violinos e
violoncelos, ladeando as cordas. Ela os têm ladeando sua espinha dorsal,
pouco abaixo da nuca, como se ela toda fosse um violino. Ficou sexy, sabe?
Que som terá? Como budista, ela tenta aprimorar-se e evoluir em tudo. Em
dez anos, tornou-se excelente musicista e a mulher mais agradável,
interessada e gentil que conheço. É impressionante como nos sentimos bem
com ela por perto. Ela é inteira. (2)
Caso 5. Minha amiga X. é a socióloga e intelectual de esquerda mais culta
que conheço. Gosta de pontificar brilhantemente durante horas, mas não tem
tempo para tornar-se militante de nada, só do instituto de beleza.. Sabe
como poucos amassar adversários em discussões. Era casada com meu amigo I.
que é de centro. Quando se separaram, ele entrou em depressão, parou de
trabalhar e perdeu muito dinheiro. Orientada pelo pai, ela fez com que ele
assinasse a passagem de todos os bens para ela, além de ter negociado um
acordo que, a rigor, o arruinaria. Ela é... Os cacos do espelho
espalharam-se pelo mundo. (3)
Caso 6. Minha amiga D. é psiquiatra, de direita e filha de um rico
empresário. Gosta de seu marido Y., um químico remediado que, por sua vez,
gosta de gritar-lhe palavrões, mas ela acha que precisa dele. Sabe dar
conselhos, a psiquiatra. Disse a seu amigo I. (Caso 5) que tinha achado
positivo seu desapego aos bens materiais no fim do casamento, que aquilo
certamente tinha feito muito bem a ele. Um dia, seu amigo I. disse-lhe que
pediria a guarda do filho que tivera com a marxista e a revisão da
partilha. Ela começou a gritar com ele, dizendo que, em toda separação, a
mãe só perde a guarda se abusa da criança. Meu amigo I. ofendeu-se
seriamente. Ela é... Os cacos do espelho espalharam-se pelo mundo. (3)
Caso 7. Minha amiga A. é blogueira, provavelmente historiadora, de
esquerda e relaciona-se com o mundo através da ironia. Gosta de
ridicularizar aquilo que acha vulgar, escreve posts semelhantes às
notícias de Caras, mas ao lado de outros com interessantes análises
políticas. Sabe ser engraçada e parece inteligente, mas L. sempre
desconfiou de quem zomba e conhece tanto a vulgaridade alheia. L. fez um
comentário no estilo de A., tendo como mote um erro cometido por ela. Ela
teve um chilique ao supor-se alvejada. Deletou o post inteiro. Ofendeu-se
e ofendeu. Ela é... Os cacos do espelho espalharam-se pelo mundo. (3)
Onde começa a ideologia? Ela vem do íntimo e sobe para a vida social ou é
o contrário? Por que nem sempre ela invade o comportamento? Como alguém
pode isolar as idéias que professa de sua práxis íntima? E o contrário,
faz alguém feliz?
(1) Afirmações reais de amigos reais, falsa e idealmente ouvidas à noite,
em torno de uma mesa, com boa bebida, comida idem, em minha casa ou na da
Helen.
(2) Pessoa inteira: do jargão psi. Trata-se de uma pessoa centrada, mas
não auto-centrada ou em faixa própria. Alguém que possui uma trajetória
com um conceito, com uma essência que o apóia. Pessoa de ética inabalável,
não casuísta. Simplificando, o "inteiro" é o mesmo em qualquer
circunstância, não diz uma coisa e faz outra, nem tem duas caras.
(3) Em A Rainha da Neve (1845), de Hans Christian Andersen (1805-1875), o
diabo fabrica um espelho que exagera os menores defeitos dos objetos
refletidos. Ao elevá-lo ao céu, com o objetivo de lá refletir os anjos, o
espelho escapa das mãos do demônio, partindo-se em milhões de pedaços.
Estes penetram nos olhos e nos corações dos homens, que passam a ver
apenas o mal e a fealdade a seu redor. Neste conto, há a frase Os cacos do
espelho espalharam-se pelo mundo। ( http://www.verbeat.org/blogs/miltonribeiro/

quinta-feira, 12 de abril de 2007

hiperligados

Cinema cheio: cartola e cia. Música, história e emoção. Uma nota triste. Triste e irritante. Vários celulares a piscar mensagens, ligações e/ou relógios. Parece que muitos estão em um plantão permanente, não podem se desligar um segundo sequer. Será a impossibilidade da solidão? Será a impossibilidade de ficar consigo mesmo algum tempinho? Sei não, no mínimo é triste. Uma pergunta martela: para que ir ao cinema e ficar atento ao celular, o tempo todo?

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Cartola

Fui assistir "Cartola", o documentário. Fui, vi e gostei. Gostei tanto que me emocionei: muito. É uma viagem a um tempo da delicadeza. Da delicadeza, da criatividade, da simpatia e da altivez. Um tempo em que os morros do Rio produziam sambas e não balas perdidas. Um tempo em a música e arte populares eram pura poesia e se impunham, pela beleza, ao mercado e ao público. Um tempo em os artistas pobres tinham orgulho de sua vida, de sua batalha e de sua gente. Um tempo, um Rio e um país que passou. Um tempo em que as rosas mais que exalar perfumes, falavam, cantavam e tornavam a vida mais linda. Cartola foi um rei, de uma dinastia legítima que deixou saudades, alguns príncipes, como Paulinho da Viola e uma obra que quanto mais ouvimos, mais nos apaixona. Emocionante e histórico. Cenas recuperadas, filmes que ajudam a contar a história. Linear como a vida, contraditório como viver. Imperdível.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Nossos feriados

Mais um feriado prolongado. Mais um triste recorde nas rodovias mineiras, especialmente nas federais que cortam o estado. Mais uma longa lista de acidentes, feridos e mortos. Uma repetição assustadora e que parece não mais comover, exceto a quem, infelizmente, perde alguém nesta verdadeira roleta russa. E o incrível é que, novamente, a imprudência e a imperícia são as vilãs principais. Quanto melhor a estrada, maior a número de acidentes e maior a gravidade dos mesmos. Segundo o jornal Estado de Minas de hoje, a média DIÁRIA de mortos nas estradas federais em Minas neste ano de 2007 é de duas pessoas. Isso mesmo, duas pessoas por dia morrem nas nossas rodovias. E lista continua. São 30 feridos em 53 acidentes TODOS OS DIAS nas federais mineiras. No ano passado, 2006, a média diária de acidentes foi de 46. Os números nacionais reforçam esta tendência, mas ficam abaixo da nossa média. Para quem não liga muito para a dor de quem perde parentes e amigos ou não se condói com o sofrimento dos feridos, os dados monetários desta loucura são igualmente espantosos. Em um ano o Brasil perde algo em torno de R$22 bilhões com os acidentes de trânsito em todos os tipos de via, federais, estaduais e municipais. É muito dinheiro, mais de 1% do nosso PIB. É a nossa guerrinha particular ? O que fazer?

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Nada me é estranho na humanidade

Fui ver "Pecados Íntimos", o filme. Péssimo título na versão brasileira. O original "Crianças pequenas" é muito mais fiel ao enredo. Mas isso é o de menos. O filme é muito bacana. Inteligente, sensível e corajoso. Sem lugares comuns, apesar de tratar de uma série de lugares comuns. Faz pensar e sentir. Aliás, as duas coisas deveriam andar sempre juntas ? Mas o pragmatismo racionalista batalha para separá-las. E com relativo sucesso. A história não conto. Mas o fundamental é que o filme nos faz ver que a tolerância, mais que os juízos de valor, quase sempre apressados, pode nos salvar. Quando dá tempo, claro. Vale por dois anos de boa terapia. Lembrei-me de um texto do psicólogo Inglês Winnicolt (será que não falta ou sobra alguma letra?), discípulo do velho Freud que dizia que para crescer, as crianças precisam superar a noção/certeza de que é o seu choro que faz com que o seio materno apareça. Ou seja, o mundo nunca é nosso umbigo, por mais que nós desejássemos isso. Na atualidade parece que tudo conspira para nos infantilizar eternamente. Somos uma espécie de crianças permanentemente mimadas e incentivadas a desejar tudo, a toda hora e do jeito que queremos. Não sei não, mas a propaganda consumista, que inferniza a nossa cabeça para querermos tudo sempre tem lá a sua parcela de responsabilidade. Mas a maior ainda é nossa: educação, educação, educação, razão e sensibilidade. Que falta coletiva isso nos faz. Bom, vá ver o filme. Ele é infinitamente melhor que esse texto.

Assim caminha a humanidade

Le Pen, o já histórico líder da ultra-direita Francesa, que disputa novamente a presidência da velha república criada nos idos do século XVIII, vota à carga, após amargar índices em torno de 10% de intenções de voto. Surfando no ressurgimento recente dos confrontos entre jovens periféricos e a polícia parisiense, o porta voz do retrô volta ao seu tema de coração. Para ele as raças são diferentes e desiguais e, para comprovar sua tese racista, afirma candidamente que "os negros são melhores em corrida e os brancos em natação". E de quebra volta a defender a imigração zero como a única saída para os problemas franceses. É de chorar. Aliás, a quantas anda a investigação sobre o atentado piromaníaco contra os estudantes africanos na Universidade Nacional de Brasília? Lá como cá, a serpente apenas dorme.

De controles e controladores

"Interesses ocultos
Antes de começar o caos aéreo, o deputado Alberto Fraga (PFL-DF) promoveu um churrasco com os controladores de vôo, a 24 de setembro, numa chácara em Brasília. Queria votos. Prometeu apoio logístico para os controladores em suas reivindicações salariais. Então revelou que havia um grupo internacional interessado na privatização do sistema de controle aéreo brasileiro. Só privatizando, explicou, seria possível aumentar os
salários." Isto é, 26/09/2006, veja no portal Terra.
O curioso é que o personagem, Alberto Fraga, hoje Demo, é figurinha carimbada em armações políticas no Congresso. Ex policial, ele sempre está presente quando é preciso uma "boa jogada". Pode não ser nada, provavelmente não é tão importante assim, mas que é sempre bom ver as coisas como elas são, isto é.

Da série mundo profundo - 1

Matéria deliciosa do portal uai. Vale ler para conhecermos um pouco o gosto e a cultura populares. Exemplo de boa reportagem e de uma cidade mais complexa do que imagina a nossa vã ignorância:
"A trilha sonora do povão - 03/04/07
Bartô Galeno, O Príncipe dos Teclados, e Júlio Nascimento são celebridades nas lojas de CD do Centro da capital. Discos custam até R$ 13 e as fitas cassete fazem a alegria do freguêsDaniela Mata Machado EM Caras & Bocas
Reproduções/Euler Junior/EMFrancis Lopes nunca foi convidado para ir ao Domingão do Faustão, Cristiano Neves não é nome conhecido entre os ouvintes das rádios FM, e Júlio Nascimento nunca teve clipe exibido pela MTV. Mas eles são, ao lado de outros ilustres desconhecidos do mainstream, os maiores vendedores de discos das lojas de CDs localizadas nas imediações da rodoviária de Belo Horizonte. Ali, o que faz sucesso é forró, sertanejo e música brega. “O brega é música de corno, né? Do cara que foi largado pela mulher. O povo entra na loja e fica falando mal, depois pega o disco escondido, enfia no meio dos outros e corre para o caixa. Todo mundo gosta de brega”, entrega Vítor Hélio, vendedor de uma das lojas da região.Entre os bregas, Bartô Galeno é ícone. Seu hit No toca-fita do meu carro foi lançado na década de 1970 e continua fazendo sucesso. Nas lojas, seus álbuns dividem espaço com os de Zezo, o Príncipe dos Teclados; grupos de forró como Camisa Suada e Balancear; a dupla sertaneja André & Andrade; e o também brega Frankito Lopes, o Índio Apaixonado. Em comum, esses CDs têm o preço: enquanto os discos de repertório de artistas que tocam no rádio e aparecem em programas de TV custam, em média, R$ 27, os álbuns dessa turma menos projetada pela mídia são vendidos a preços que variam entre R$ 10 e R$ 13. Além disso, não é difícil encontrar versões desses álbuns em fitas cassete, que custam R$ 3. É isso mesmo: no momento em que adeptos do MP3 declaram a morte do CD, tem gente no Centro da capital que só compra fitas cassete. “Os mais velhos não conseguem lidar com CD”, explica Vítor Hélio.PríncipeJosé Maria Teixeira Nascimento, mais conhecido como Zezo, o Príncipe dos Teclados, tem 20 CDs e dois DVDs lançados. Apareceu no Programa Raul Gil uma vez, mas seu empresário, Edivaldo Bastos, conta que isso foi há muito tempo. Sua música toca, mesmo, é nas rádios comunitárias de Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde ele mora. Há seis meses, renovou contrato com a gravadora Gema e deverá lançar, em apenas um ano, quatro CDs e mais um DVD.Com repertório variadíssimo, que vai do xote à música romântica de Julio Iglesias, passando por Roberto Carlos, forró e samba-canção, o cantor e tecladista é um dos grandes sucessos das lojas do Centro de BH. Os fãs que moram na capital mineira, entretanto, nunca tiveram a chance de vê-lo cantando e tocando, acompanhado pela banda – que inclui percussão, guitarra e sax –, além de três bailarinas e dois bailarinos. O empresário de Zezo diz que está tentando viabilizar uma apresentação do músico na cidade."O povo entra na loja e fica falando mal, depois pega o disco escondido, enfia no meio dos outros e corre para o caixa. Todo mundo gosta de brega" - Vítor Hélio, vendedor de discos"

terça-feira, 3 de abril de 2007

crise aérea: outros olhares

Leia um olhar mais jornalístico e menos editorializado do que a cobertura dos jornais brasileiros sobre a crise aérea, (no caso, texto do El Pais). Sintam a diferença:


"Lula gana una batalla al caos aéreo
El presidente brasileño se impone a las autoridades militares al negociar con los controladores en huelga
JUAN ARIAS - Río de Janeiro - 02/04/2007

El presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, ganó el sábado una importante batalla al impedir que la Fuerza Aérea diese orden de encarcelar a 50 controladores de vuelo militares que se habían amotinado y entrado en huelga de hambre la noche del viernes, lo que llevó al cierre de todos los aeropuertos del país con el consiguiente caos de pasajeros desesperados.

Luiz Inácio Lula da Silva.- EFE

Brasil
A FONDO
Capital:
Brasilia.
Gobierno:
República Federal.
Población:
182,032,604 (2003)
Ver cobertura completa
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webs en español
en otros idiomas
Blogs que enlazan aquí
Lula quiso imponerse a las autoridades militares de la Fuerza Aérea a sabiendas que su veto iba a ser criticado y obedecido a regañadientes, para evitar que el país entrase en un caos mayor y que se generalizase en la sociedad el malestar de los pasajeros en los aeropuertos.
Junto con el veto para evitar la detención de los controladores amotinados, hubo un acuerdo entre la Fuerza Aérea y el Gobierno en virtud del cual los controladores, todos, militares ?el 90% de la plantilla? y civiles, ya no estarán directamente bajo el mando de la Fuerza Aérea, sino del Ministerio de Defensa. Se creará un nuevo órgano, el Centro de Control de Circulación Aérea General, de carácter civil, que quedará vinculado exclusivamente al ministro de Defensa. El presidente Lula ha prometido firmar el martes un decreto ley que regulará la transferencia de 1.500 de los 2.400 controladores aéreos militares al nuevo órgano de control civil.
Las características concretas de la desmilitarización del gremio serán concretadas hoy en una reunión en la que participarán el presidente Lula, los ministros de Defensa, de la Casa Civil y de Planificación, además del comandante en jefe de la Fuerza Aérea.
Los controladores aéreos, que también han ganado su batalla, serán recibidos mañana en el palacio presidencial para discutir sus reivindicaciones. Los medios de comunicación publicaron días atrás las denuncias ?anónimas por miedo a represalias? de varios controladores, que señalaron las dificultades con las que trabajan, los peligros que corren los pasajeros y su deseo de ser desmilitarizados como en tantos otros países del mundo.
Los militares han obedecido las órdenes del presidente Lula, pero han querido dejar constancia de su opinión en un comunicado oficial, en el que aceptan que los controladores sean desmilitarizados, pero también afirman que "la posición del Comandante de la Fuerza Aérea, Juniti Saito, y de todo el Alto Mando Militar era que los controladores de vuelo se habían amotinado [durante la huelga del viernes], lo que constituye un delito, al ser militares, y que, por tanto, tenían que haber sido encarcelados"."

de como ficar aéreo diante dos fatos

Do blog Mino Carta, para boas reflexões sobre as análise da nossa mídia:
02/04/2007 16:09Sem condição de decolar
Ah, a rebelião dos sargentos... Mais, muito mais que o enredo do apagão aéreo, enésimo ato da tragicomedia brasileira, convoca a atenção minha e dos meus botões o comportamento da mídia nativa em relação às mais recentes decisões do presidente Lula. Não digo que me espante, ou que me surpreenda de leve, ou que me cause alguma perplexidade. Está claro que não. A mídia nativa é personagem de primeiríssimo plano na tragicomédia brasileira. Tocha e cordas, pratico a espeleologia interior, intima, pessoal. Que sinto neste momento? Talvez uma espécie de melancolia cívica ao constatar que, de verdade, o País não tem a mais pálida condição de decolar. Não são os aviões, é o Brasil, entregue a esta chamada elite, a esses donos do poder que nunca se põem, igual a sol eterno. O editorial do Estadão de hoje, por exemplo, tem a ventura de me rejuvenescer 43 anos. Lá está a “quartelada” que despreza “os princípios basilares da hierarquia e da disciplina”. Ricardo Noblat (tu quoque?) é mais preciso, na sua qualidade de atilado jornalista. Anota que Lula lembrou dos começos de 1964, “quando João Goulart passou a mão na cabeça dos sargentos em greve”, daí houve mais um empurrão para o golpe de 1º de abril. Eliana Cantanhede, na Folha de S.Paulo de domingo, evoca Nostradamus. O governo, diz ela, se indispôs com a cúpula militar, e só o tempo dirá se foi “bom negócio”. E eis a conclusão, pressagio de chuva preta: “A historia costuma dizer que não”. Pincei três exemplos. Há inúmeros, porém, intermináveis. Em todas as passagens há um toque suave de esperança, no gênero “não é tempo para golpes”, ou “a democratização já deitou raízes”, ou “aquele passado não volta”. A reprimenda a Lula é escancarada, no entanto, como se ele estivesse a brincar com o fogo e a submeter risco irreparável ao País e a Nação. Percebe-se, como sempre, a intenção de alvejar o governo, o preconceito de classe, se não for ódio mesmo, ali se mescla com o sonho de desforra depois da derrota tucana. Mas há também, notável, transparente, a incapacidade de entender que ao presidente de uma Republica autentica, e entendida como tal por seus cidadãos, cabe perfeitamente tomar certas decisões e que sua autoridade é infinitamente superior àquela, especifica e circunscrita, de generais, brigadeiros e almirantes. Tenho a granítica convicção, corroborada pela pronta anuência dos meus botões, de que a larga maioria dos cidadãos não tem consciência republicana, a começar pelos graúdos e dos seus menestréis midiaticos. Desmilitarizar o controle aéreo, medida salutar, sem duvida. O caos terminará nos aeroportos. Vai continuar, contudo, na cabeça dos senhores, e é isso o que me preocupa. Ou melhor, me entristece.enviada por mino

O tema da violência de novo...

Repito meu argumento, já desenvolvido neste blog. O buraco é sempre mais em baixo, mas será que os menores não estão "assumindo" muitos crimes praticados por "maiores", para livrar a caras desses últimos? Veja matéria abaixo e reparem que o que aumenta são os crimes mais violentos...
"Crimes de menores crescem 20% em BH
Maioria de ocorrências na Vara da Infância e da Juventude é de roubo e tráfico. Faltam vagas em centros de internação
Izabela Ferreira Alves - Estado de Minas

O número de atos infracionais cometidos por adolescentes em Belo Horizonte aumentou 20% nos dois últimos anos. Em 2005, o Judiciário abriu 3.560 inquéritos contra menores e, no ano passado, 4.206. Nem todas as representações se transformaram em processos. Segundo a juíza Valéria da Silva Rodrigues, da Vara Infracional da Infância e da Juventude, o aumento foi isolado. “Recebemos cerca de 800 inquéritos por mês e 600 deles se tornam processos. No geral, não podemos falar em crescimento da violência”, afirma. Ela diz que a maioria das ocorrências está relacionada ao porte de armas, roubo e tráfico. “Esses atos caminham juntos, acompanhados do aumento do uso de drogas”, acrescenta. A juíza considera que os dados indicam maior eficácia da polícia e critica um dos principais programas de prevenção à criminalidade infanto-juvenil, o Fica Vivo. Contrariando dados do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a juíza afirma não perceber redução de homicídios nas áreas em que foi implantada a iniciativa. “O Fica Vivo foi criado para combater assassinatos, mas devia ter foco voltado para as principais causas das mortes: o tráfico e o porte ilegal de arma”, destaca. Em 2005, foram cometidos 65 homicídios por adolescentes e 74 em 2006. De outubro de 2005 a outubro de 2006, foram mortos 1,4 mil menores. Conforme o delegado Robson Vilela Gomes, chefe interino da Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), o número de atos infracionais de menores cresceu entre 25% e 30% nos dois últimos anos. “O pior é que houve aumento entre 30% e 40% dos crimes violentos”, lamenta. A Dopcad recebe por dia, em média, 15 adolescentes em conflito com a lei e, desde a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, houve avanços, na opinião do policial. “O estado tem feito investimentos, mas municípios e governo federal têm que agir de forma mais incisiva”, ressalta. De acordo com o subsecretário de Atendimento a Medidas Sócio-Educativas, da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Ronaldo Pedron, as vagas para cumprimento de penas em regime aberto são de responsabilidade das prefeituras. “Os centros de internação são o último recurso. A reinserção social com cumprimento de medidas em meio aberto é muito mais eficiente”, salienta. Em Minas, há 300 adolescentes em cadeias. Para resolver o problema da falta de centros de internação, o estado, desde 2003, investe na interiorização das vagas. Naquele ano, eram apenas 400 e, hoje, já são 800. “Nossa meta é oferecermos 1 mil vagas até o fim do ano, mas é importante destacar que a prevenção, em parceria com as secretarias de Estado de Educação, de Assistência Social e outras, vem sendo desenvolvida, paralelamente, e apresenta bons resultados”, diz. De passagem pela Vara Criminal da Infância e da Juventude, um adolescente de 16 anos falou dos motivos que o levaram, com outros dois colegas, a assaltar várias pessoas às margens da Lagoa da Pampulha, com um revólver calibre 32: “Parei de estudar, meu pai foi assassinado e minha mãe me deixou. Moro com uma irmã e não acho justo ver todos os bacanas com dinheiro e eu passar aperto”, alegou. "

sábado, 31 de março de 2007

43 anos depois de 64

Hoje é dia: 31 de março. Há 43 anos, nessa data, os militares brasileiros, como forte apoio social e com pouca resistência; aliás praticamente nenhuma, derrubaram um governo constitucionalmente legal e jogaram o Brasil em uma longa noite de terror, agravada pelo golpe dentro do golpe dado em 1968. Tristes recordações. A boa notícia é que neste ano os comandantes militares, ao contrário de todos os anos anteriores desde 64, decidiram não divulgar a famosa nota oficial auto-elogiosa ao golpe. Menos pior. Para marcar a data, transcrevo abaixo o belo e longo poema de Tiago Melo, poeta amazonense, redigido logo após o golpe, diretamente do exílio no Chile. Belo e esperançoso. Vale a pena lembrar:

"Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Thiago de Mello
Santiago do Chile, abril de 1964"

sexta-feira, 30 de março de 2007

A poesia nos alivia

Não sei quantas almas tenho
Fernando Pessoa
"Não sei quantas almas tenho.Cada momento mudei.Continuamente me estranho.Nunca me vi nem acabei.De tanto ser, só tenho alma.Quem tem alma não tem calma.Quem vê é só o que vê,Quem sente não é quem é,Atento ao que sou e vejo,Torno-me eles e não eu.Cada meu sonho ou desejoÉ do que nasce e não meu.Sou minha própria paisagem;Assisto à minha passagem,Diverso, móbil e só,Não sei sentir-me onde estou.Por isso, alheio, vou lendoComo páginas, meu ser.O que sogue não prevendo,O que passou a esquecer.Noto à margem do que liO que julguei que senti.Releio e digo : "Fui eu ?"Deus sabe, porque o escreveu."

Racismo na UNB

"Primeiro, eles vieram atrás dos comunistas.E eu não protestei, porque não era comunista.Depois, eles vieram pelos socialistase eu não disse nada, porque não era socialista.Mais tarde, eles vieram atrás dos líderes sindicais.E eu calei, porque não era líder sindical.Então, foi a vez dos judeus.E eu permaneci em silêncio porque não era judeu.Finalmente, vieram me buscar.E já não havia ninguém para protestar."(Martin Niemoller, pastor protestante alemão, sobre os nazistas durante aSegunda Guerra Mundial)
Sinal dos tempos? Na UNB, Universidade Nacional de Brasilia, idealizada pelo Darcy Ribeiro e considerada uma das melhores do país, um episódio lamentável e perigoso. Colocaram fogo, à noite, nas portas dos alojamentos de estudantes africanos que estão estudando através de convênio naquela Universidade. Espera-se apuração e punição ao troglotidas envolvidos. Esse é um exemplo que não pode prosperar. Já assistimos a este filme.

nada do que é humano me é estranho

Abaixo o post irretocável de Carlos Brickmann sobre o triste episódio da prisão nos EUA do rabino Henry Sobel. Ao que tudo indica, ele vem passando por um problema grave de pertubação mental. Ao que devemos lembrar da frase que dá título a esse post. Ela é da lavra do romano (antigo, do Império) Terencio e foi citada pelo também antigo Karl Marx. É uma ode à tolerância e à compreensão dos nossos limites, miseravelmente humanos.

"O roubo e o rabino
Quando Vladimir Herzog foi torturado e morreu na prisão da ditadura, trêsreligiosos comandaram a reação popular que culminaria com a volta àdemocracia: o cardeal d. Paulo Evaristo Arns, o reverendo Jaime Wright e orabino Henry Sobel. Quando, de acordo com o laudo oficial da morte,Vladimir Herzog seria enterrado na ala dos suicidas do Cemitério Israelitado Butantã, o rabino Sobel interveio, rejeitou a tese oficial do suicídioe garantiu um sepultamento normal. Quando muita gente foi marcada paramorrer pelos torturadores, o rabino Henry Sobel participou da montagem deum esquema para salvá-los, tirando-os do país. Quando se decidiu registrarpara a História o que ocorreu na época das torturas, no livro Brasil NuncaMais, um jornalista, Ricardo Kotscho, e três religiosos, d. Paulo, oreverendo Jaime Wright e o rabino Henry Sobel viabilizaram o projeto.O que aconteceu com as gravatas é visivelmente o resultado de um surto: umproblema mental – que, esperamos, seja temporário – ou derivado deremédios levou o rabino Henry Sobel a um ato ilegal, idiota, sem sentido.Um incidente lamentável, mas uma nota de pé de página numa biografia quaseimpecável." http://www.brickmann.com.br/

quarta-feira, 28 de março de 2007

sobre negros e brancos

Infeliz. Esse o melhor adjetivo para a declaração "não é racismo quando um negro se insurge contra um branco", dada pela Ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. De cara ela contraria -a declaração- o próprio nome da Secretaria. Afinal não é para promover a igualdade racial que ela foi criada? Mas claro, que o buraco é sempre mais em baixo. Óbvio que o Brasil, que foi o último país do mundo abolir a escravidão tem uma dívida histórica enorme e terrível para com os negros. É uma chaga que não pode ser esquecida, não por sentimento de culpa, mas principalmente porque as consequências pesam até hoje em nossa sociedade, que permanece racista, discriminadora e excludente em relação aos pobres, sejam eles negros ou brancos, mulatos ou cafusos. No entanto, resumir o problema hoje a um conflito racial é, no mínimo, demagogia. E, no máximo, temerário. A Ministra, responsável por promover a igualdade racial, foi além. Para ela, é natural um negro não querer conviver com um branco, pois "quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou". Ai foi demais. Primeiro, por óbvio, que uma geração não é responsável direta pelo que se fez em outras gerações. Segundo, a boa historiografia mostra que, infelizmente, parcelas dos negros africanos se beneficiaram da escravização de seus "irmãos" e, muitas vezes, contribuíram diretamente na captura dos futuros escravos. Assim, é triste ver a simplificação contida nas infelizes palavras da Ministra.

segunda-feira, 26 de março de 2007

fundamentalismo apedreja mulheres

Assim caminha a humanidade:

"Sudanesas são condenadas à morte por apedrejamento
Agência ANSA
Terça-feira, 20/03/2007 - 22:31
Cartum - Duas mulheres sudanesas foram condenadas à morte por apedrejamento por terem cometido adultério, ao final de um processo em que não foram auxiliadas por um advogado e que foi julgado em árabe, que não é a língua-mãe das sudanesas, conforme informou hoje a Anistia Internacional, organização sediada em Londres que defende os Direitos Humanos.Sadia Idriss Fadul foi condenada no dia 13 de fevereiro, e Amouna Abdallah Dldoum no dia 6 de março. As sentenças podem ser executadas a qualquer momento, segundo um comunicado da organização.As duas mulheres pertencem a uma tribo que não fala árabe, mas os processos, realizados no estado central de Ghezira, se desenvolveram em árabe e sem a presença de intérpretes.A Anistia Internacional acrescentou que "uma das mulheres, Sadia Idriss Fadul, está com um de seus filhos na prisão com ela".O homem que foi processado com Fadul foi solto porque não havia provas suficientes contra ele."
Esses julgamentos e condenações ABSURDAS são comuns em vários países que seguem, ortodoxamente, o islamismo, como a Nigéria e o Irã. É ou não é um prato cheio para questionarmos o relativismo cultural que tenta aparecer como politicamente correto, com um discurso de respeito à todas as culturas etc etc etc?

sexta-feira, 23 de março de 2007

Ah, os postos

Coisa curiosa. Há duas semanas atrás o capitalismo funcionava em Belo Horizonte que era uma maravilha. Calma, refiro-me apenas aos postos de gasolina. Uma competição danada de boa. Preços que variavam de R$2,499 a R$2,018. Era só procurar o posto com o preço menor, encher o tanque e correr para o abraço. De repente, há uma semana, uma surpresa. TODOS os postos praticavam o mesmo preço. O menor? Não idiota, o maior. É a economia, estúpido, como dizia o nosso -digo, deles-, consultor de marketing do Clinton, James Carville. Antigamente dava-se a isso o nome de cartel. Aliás, o mais publicável deles. Até agora, além de um inquérito do Ministério Público par apurar a "possível formação de cartel", nada. Adam Smith, aquele que dizia que era melhor proibir os empresários de frequentarem o mesmo Clube, para não que não combinassem preços, deve estar se revirando no túmulo. Isto é que é auto-suficiência!!!

quarta-feira, 21 de março de 2007

Sobre a TV estatal, ou como se confundir cinta com funda

Ah, eis o velho tema de volta. O governo Lula anunciou, através do indefectível ministro Hélio Costa -ex fantástico-, a intenção de se unificar as diversas estruturas de TV "pública" espalhadas pelo país em uma só, que daria origem a uma rede nacional do poder executivo brasileiro. Foi o que bastou para o estouro da boiada. Veja, Estadão, Globo, Folha, etc etc, caíram de pau e, como sempre fazem quando o assunto tangencia a questão de quem pode e de quem não pode informar/formar no Brasil, misturam tudo, distorcem e acusam uma ameaça à liberdade de imprensa. Ora, vamos com calma. Primeiro, que todos os poderes já possuem algum meio de comunicação que divulga suas ações e projetos. Normal. Segundo, que todos os governos no mundo também fazem algum tipo de imprensa oficial. Normal. Terceiro, que ninguém é obrigado a assistir o que não quer. Alás, um parênteses: não são estes mesmos veículos que martelam sempre na liberdade de escolha dos leitores/telespectadores quando se discute qualquer normatização para o setor. Fecha-se o parênteses. Quarto, que a idéia não colide em nada com a permanência do setor privado de distribuição de notícias. Estrutura-se somente uma, digamos assim, uma voz oficial, que concorrerá com as outras vozes. Ou com os donos das outras vozes. Normal. Quinto, por que a gritaria então. Normal. O uso do cachimbo deixou muitas bocas tortas. Cismaram que receberam um mandato divino como monopolizadores da informação, da edição e da formação de opinião. Normal.

quarta-feira, 14 de março de 2007

reforma política e a vox populi, vox dei

A Fundação Perseu Abramo, ligada politicamente ao PT, divulgou recentemente uma extensa pesquisa de opinião, realizada em dezembro passado, sobre um conjunto de temas políticos brasileiros. Dois dados chamam a atenção dos analistas e curiosos em geral. O primeiro é que em sua ampla maioria os eleitores não querem saber de reforma política. Aparentemente, estão satisfeitos com a legislação e as normas atuais. Nada de fidelidade partidária, nada de financiamento público de campanhas, nada de lista fechadas por partidos, nada de voto distrital etc etc etc. Curioso ? Será que estes dados refletem a distância que separa o pensamento político e a população? Ou será que falta debate e esclarecimento e estaríamos vivendo o mesmo tom da discussão sobre a chamada transposição do velho chico. Em que se fala muito e não se esclarece nada. Nem os que são a favor, nem os que são contra. E os argumentos são puramente "emocionais"? O segundo é que apesar de ver no PT um número maior de "corruptos", o partido continua sendo o mais citado como preferido pelos eleitores. De novo um problema, um paradoxo ou a mesma confusão conceitual sobre tudo. A questão é saber até que ponto o debate racional é possível nos chamados espaços públicos existentes no país: jornais, rádios, tvs, internet, partidos etc. Voltaremos ao tema.

terça-feira, 13 de março de 2007

voltei 2

Acho que foi o velho e embalsamado Wladimir Illich Ulianov, o Lênin, quem teria dito que não haveria diferenças entre fundar ou assaltar um banco. Sei não, mas que no Brasil a frase pode ter lá suas razões, isso tem. A Folha de domingo e outros jornais trouxeram matérias sobre os lucros bancários no país e, pasmem, as tarifas praticadas por estas instituições filantrópicas subiram estratosféricamente nos últimos anos. Anos de inflação baixíssima e juros caindo. A receita de tarifas bancárias do Unibanco aumentou 629% em termos reais entre dezembro de 1993 e o mesmo mês do ano passado. A do Itaú, 491%. A do Bradesco, 351%. E a do Banco do Brasil, 247%. Nem vou me dar ao trabalho de quantificar isto em milhões de reais. Iria cansá-los sobremaneira. Mas é muito dinheiro, que eu você, todos nós pagamos religiosamente à banca. Um bom exercício seria levantarmos aonde estão trabalhando os ex-ministros da fazenda de governos anteriores, ex-presidentes do Banco Central, ex-diretores do mesmo banco etc etc etc. Durma-se com este barulho. Voltaremos ao assunto.

voltei 1

Após uma longa e tenebrosa ausência, motivada por problemas técnicos quase insolúveis, voltei. Claro que isto não causou nenhuma comoção, ao contrário: meus pouquíssimos leitores talvez nem tenham se dado conta de tão insignificante acontecimento; ou não-acontecimento. Bom, mas já que voltei, espero não decepcionar os poucos, porém bons. Hoje acordei disposto a esculhambar a mediocridade. E para isto, nada melhor que a notícia que foi publicada hoje na bbcbrasil.com.br. Na Inglaterra, uma pesquisa indicou o Paulo Coelho com um dos 7 autores mais comprados e menos lidos no velho reino unido. Explica-se. A pesquisa mostra que mais de 70% dos compradores de livros têm um objetivo muito claro ao comprá-los: decoração. Confesso que na minha juventude li de tudo, ainda leio. Li inclusive o "Diário de um Mago", movido pela novidade e pela curiosidade. Que fui perdendo, perdendo, perdendo. Hoje se me falam da "literatura" de PC, "saco logo o revólver", como diziam todos os que são anti-cultura. Eu, humildemente, sou apenas contrário à pseudo-cultura, travestida de consumo de massa; e, claro, uma amante da cultura, em geral.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

sobre meninos, lobos e barreiro

Vivi minha infância no Barreiro, região periférica de BH, anos 70. Era uma roça, com todas as carências e delícias que isto implicava. Era calmo, era longe. Era saudável, não tinha recursos de nenhum tipo, exceto boas escolas, bons professores. Hoje virou uma grande cidade: a região toda passa de 300 mil habitantes. Tem de tudo. Inclusive muita violência. Leia abaixo reportagem do uai (Estado de Minas) de hoje:

"Violência aterroriza a região do Barreiro, em BH
07:46
(Ronildo de Jesus/Diário da Tarde) A região do Barreiro, uma das mais populosas de Belo Horizonte, vive uma situação excepcional no quesito violência. Somente em dezembro do ano passado, conforme estatísticas da Polícia Civil, 14 pessoas foram assassinadas nos diversos bairros que compõem a região. Neste ano, já foram registrados 29 assassinatos, o que tem levado as autoridades da Secretaria de Defesa Social a planejar várias ações de combate à violência e criar um clima de tranqüilidade para os moradores. A matança indiscriminada na região, segundo a polícia, tem sido motivada por tráfico e briga de gangues, e as vítimas, em sua maioria, são jovens. Em dezembro de 2006 e janeiro deste ano, os adolescentes Afrânio Luiz Pires da Silva, de 16 anos, e Jucele Godinho dos Santos, de 17, além do garoto Lucas Daniel Machado de Oliveira, de 2, foram assassinados e os autores do crime até hoje não foram presos nem identificados. De acordo com estatísticas da Divisão de Crimes contra a Vida do Departamento de Investigações da Polícia Civil (DCcV), uma parcela considerável das vítimas de crimes de homicídios ou tentativas ocorridas no Barreiro não tem seus nomes registrados em prontuários da polícia." (http://www.uai.com.br/uai/noticias/agora/local/293261.html)

sobre homens e lobos

Thomas Hobbes (filósofo inglês, século XVII) ficou conhecido como o pai do absolutismo. Sua visão da natureza humana não era nem um pouco condescendente: para ele, o homem era vaidoso, belicista e vivia se medindo pelos outros, o que gerava um permanente estado de angústia e medo, que por sua vez levava ao ato racional de atacar o outro como medida de segurança preventiva. Resultado: uma guerra de todos contra todos, o tempo todo. A saída (sempre provisória) seria a mão forte do Estado, obrigando todos à obediência de regras comuns. Cada um abriria mão de seu poder individual em função da segurança. Lembrei disso ao pensar mais um pouco na situação hodierna no que tange a questão da segurança pública no Brasil. Tudo esgarçado, medo, angústia e cada um cuidando de si, pois é tempo de murici. E vamos indo. Filósofos defendo a lei de talião no combate a criminalidade; legisladores alegando incapacidade de decisão em momentos de muita emoção. E as regras sociais se esgarçando, e cada um ficando cada vez mais cada um. Reparem quantas regras são quebradas diariamente por todos; nem falemos mais das barbáries, dos grandes crimes, mas das pequenas e insidiosas quebras das noções básicas de convivência social. Alucinamos de vez ou ainda dá tempo para alguma reflexão ou ação racional?

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

inspiração matinal

Nada melhor do que acordar inspirado, nada melhor do que ouvir (e assistir) boa música e boa interpretação. Clique em http://www.youtube.com/watch?v=CkT-Is1kTgg . Você não vai se arrepender. Blog também é isto.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Que nome dar a isto????

Notícia na capa do El Pais de hoje, versão on-line:
REPORTAJE
'Encuentra al inmigrante ilegal'
Un grupo que estudiantes republicanos de la Universidad de Nueva York
pondrá hoy en práctica un juego en el que se persigue a trabajadores
indocumentados
EFE - Nueva York - 22/02/2007

Un grupo de estudiantes republicanos de la Universidad de Nueva York
pondrá hoy en práctica un juego en el que se persigue a trabajadores
indocumentados y cuyo anuncio ha causado el repudio de universitarios de
diverso origen étnico.

Encuentra al inmigrante ilegal es el nombre del juego que miembros del
Club Republicano de la Universidad de Nueva York han anunciado que
llevarán a cabo en el parque del centro de estudios. El juego consiste en
que varios estudiantes identificados como agentes de inmigración tratarán
de detener a otro joven, que llevará la etiqueta de indocumentado. El
falso agente que logre detener al indocumentado será proclamado ganador y
recibirá un premio de entre 50 a 100 dólares.

Según la presidenta del Club Republicano, Sara L. Chambers, el juego sólo
busca llamar la atención de los estudiantes sobre la inmigración de
trabajadores indocumentados. Chambers, quien es estudiante de Ciencias
Políticas, ha reconocido que el juego es provocativo, pero ha rechazado
que sea racista.

No obstante, el anuncio del juego ha generado el repudio de estudiantes de
diversos grupos étnicos, que calificaron la propuesta de desagradable y
convocaron una protesta en paralelo a la puesta en escena de los
estudiantes republicanos. Según los convocantes de la protesta, unos 400
estudiantes han confirmado por internet su asistencia a la manifestación,
que también tendrá lugar hoy en rechazo del juego.

"No es un chiste, es muy serio", ha afirmado Dalia Yedidida, alumna de
Estudios técnicos que figura entre las organizadoras de la protesta.
Yedidida ha explicado que la universidad ha alegado que no puede prohibir
el juego porque se desarrollará en un lugar público. de Nueva York han
anunciado que llevarán a cabo en el parque del centro de estudios.


Foi em espanhol mesmo, meu espanto foi tão grande que nem pensei em traduzir. Agora me responda: que nome dar a isto???

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Nossa mídia: algumas idéias dos outros para reflexão

Transcrevo abaixo post do blog do alon, com um acurado diagnóstico da nossa mídia:

"A Venezuela e os três tipos de jornalismo (18/02)
Um amigo meu, muito observador, elaborou uma teoria interessante. Segundo ele, os empresários de comunicação fazem três tipos de jornal (entendido aqui no sentido amplo, não apenas como impresso): para os pobres, para a classe média e para eles mesmos. O meu amigo só lê os jornais que as empresas de comunicação fazem para o consumo da elite. "Eles não vão ficar distorcendo a realidade em matérias feitas para informar a eles mesmos, não é?" Lembrei do meu amigo quando li o relatório que uma consultoria americana fez nos últimos dias para relatar aos seus clientes sobre a situação na Venezuela. Segundo o relatório, a decisão do governo de Hugo Chávez de compensar os acionistas estrangeiros majoritários das empresas nacionalizadas CANTV (telecomunicações) e EDC e Seneca (energia) reduziu os temores de que a Venezuela daria o calote total ou parcial nos proprietários de ativos em empresas estatizadas. O governo aceitou pagar US$ 572 milhões pelos 28,5% que a Verizon detinha na CANTV e US$ 739 milhões pelos 82% que a americana AES (aquela da Eletropaulo) detinha na companhia de eletricidade EDC. E assinou um acordo preliminar com a também americana CMS para comprar os 70% dela na Seneca (regional de eletricidade) por US$ 105 milhões. O mais importante: os valores correspondem ao preço de mercado dos ativos, representando uma perda "pequena e aceitável" para seus proprietários, segundo o analista (as ações sofreram alguma desvalorização com o anúncio das nacionalizações). Entenderam por que o meu amigo só aceita ler os jornais que os empresários fazem para o seu próprio consumo?
Clique aqui para assinar gratuitamente este blog (Blog do Alon)."

após a folia

"Na quarta-feira sempre desce o pano", diz com precisão a velha música do Chico Buarque. Então já que estamos de volta, toquemos a vida. Alguns dias sem ler jornais e nem ver TV fazem um bem enorme, mas o vício do ofício fala mais alto e tome a ler os os jornalões de hoje, com suas notícias carnavalescas e acidentes nas estradas. Não tem jeito mesmo: nas estradas mineiras a polícia rodoviária aplicou nos motoristas mais de 9000 multas, quase o dobro das multas do ano passado, mas a chacina continua: 40 mortes nas estradas federais e estaduais de Minas durante o reinado de momo. Imprudência, imperícia, pressa, ignorância, buracos e bebida: eis o enredo vencedor mais uma vez.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Esta não é deliciosa, é trágica

"Durante a ditadura militar chegou-se a estabelecer aqui a pena de morte, para coibir atos subversivos. E por isso acabaram os atos subversivos cometidos naquela época? Não. Porque não é a dureza da pena que desestimula o bandido, é a sensação de impunidade que o estimula." A pérola acima é da lavra do eminente presidente da OAB Nacional, recentemente eleito, no globoonline de hoje. É, não é nada, mas não é nada mesmo, mas um pouco de história não seria ruím. Então, sr. presidente da entidade nacional dos advogados, eram bandidos os subversivos de então? Eles podem ser comparados ao assassinos do menino carioca? E onde é que o sr. viu "sensação de impunidade" nos anos 60 nos que diz respeito aos "subversivos"? Será que eu entendi mal, ou o sr acha os contextos semelhantes????

outra deliciosa

O governador de São Paulo, José Serra, que ficou mudo durante os ataques que seu candidato Geraldo Alkmin fez sobre o aerolula nas eleições passadas, após readquirar para o o governo paulista o avião que havia sido demagogicamente vendido pelo Claúdio Lembo no semestre passado, saiu com uma singela frase: "um governo como o de São Paulo necessita de um avião". E, claro, ele está coberto de razão. Agora.

frase deliciosa

Esta é cômica: "vou para a comissão de meio ambiente devido à minha formação franciscana", disse o deputado federal Juvenil Alves, ainda no PT mineiro e acusado, tendo visto o sol nascer quadrado durante algumas semanas no final do ano passado, de falcatruas no lucrativo ramo da criação de offshores e empresas biombos para salvar negócios falidos de seus importantes clientes. Tudo bem que os processos não foram concluídos e até lá não se pode condená-lo, mas que a frase é deliciosa, isso é. Recomenda-se aos interessados no tema, do meio ambiente e da formação fransciscana, a leitura do excelente "São Francisco de Assis", de Jacques Le Goff, editora record, 2001. No livro está a história, aliás belíssima, do santo, o de Assis, não a do de Minas.

reforma política: será que agora vai?

Segundo os jornais, o governo encaminhará ao Congresso Nacional, logo após o carnaval, um projeto de reforma política, que conta com o apoio do Conselho de Desenvolvimento Econômico (que reúne empresários e dirigentes sindicais de peso) e da OAB nacional. Proposta de campanha de 11 entre 10 candidatos à presidência da república nas eleições passadas, o tema compõe o cipoal pantanoso do qual tem se originado praticamente todas as "crises políticas" brasileiras recentes. Pelo projeto pretende-se mexer em um vespeiro. Se não, vejamos: autorização para a convoação de plebiscitos pelo executivo ou pela população sobre temas diversos; reccal dos mandatos dos parlamentares, que poderão ser "cassados" pelos eleitores se não estiverem correspondendo às expectativas deles (eleitores); votação por lista fechada nas eleições parlamentares (eleitor vota no partido que define e divulga, antes das eleições obviamente, sua lista em ordem de prioridades); redução do mandato dos senadores de oito para quatro anos e a mudança da regra na definição de suplentes; limitar a imunidade parlamentar, restringindo o direito a foro privilegiado aos casos de delitos cometidos no exercício do mandato; financiamento público ou misto (público e privado) de campanhas, proibição do troca-troca partidário durante toda a legislatura, fim das coligações proporcionais. Como se vê, a se considerar que a proposta é pra valer e não apenas um jogo de cena, instalar-se-a a cizânia. Ou vocês acreditam que a maioria dos parlamentares aceitará tranquilamente estas "novidades". E olha que são todas propostas de mecanismos que já existem em uma série de países e representam uma adequação e um aperfeiçoamento da democracia representativa vis a vis a democracia direta. Nesses tempos de crise de representação política, nos quais mais que nunca o velho Rousseau (aquele genebrino do século XVIII) parece ter razão em sua desconfiança de que os representantes tendem com o tempo a representarem-se mais a si próprios do que os representados, é de se esperar um bom barulho nas próximas semanas. Isto se não houver um grande acordo para empurrar com a barriga estes temas em nome de outras urgências ou da governabilidade. Aguardemos.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Mídia, aipos e cebolas - parte 2

É, eis o tema novamente. Agora para registrar uma decisão do Conselho Nacional de auto-regulamentação publicitária (CONAR). È que após quase um ano de negociações, advertências e tentativas infrutíferas este orgão da área de publicidade, que acompanha, avalia, critica e impõe limites às propagandas produzidas pelas agências e aprovadas por seus clientes decidiu punir a Nestlé. É que este gigante conglomerado transnacional de alimentos e quejandos vinha há mais de um ano propagadeando aos quatro ventos que estava vendendo uma ração para cachorros que conteria "carnes nobres" (isso mesmo) em sua composição. Era uma inverdade, pra não dizer outra coisa. O curioso desta história é pensarmos que em relação à imprensa, qualquer discussão de acompanhamento, auto-regulamentação ou controle social é imediatamente rotulada de "censura", "autoritarismo" etc. Claro que eu penso que o melhor controle sobre a imprensa é a concorrência entre os veículos e que a internet vai e tem auxiliado muito nisto. Mas não custa discutir a criação de mecanismos não estatais de auto ou de social acompanhamento desta vetusta senhora, que muitas vezes pisa na bola e não dá a mínima. Nesta linha registro aqui, com satisfação, que vários espaços de "crítica de mídia" vendo sendo fortalecidos ou criados no Brasil. Entre eles, um, do qual me orgulho de participar, reúne os pesquisadores universitários que se dedicam ao tema e tem o simpático nome de Rede Nacional de Observadores de Imprensa - RENOI. Falaremos mais depois. Veja abaixo a resolução do CONAR, citada acima:
09/02/2007 – CONAR APLICA PENA DE DIVULGAÇÃO PÚBLICA À NESTLÉO Conar – Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária,organização da sociedade civil cujo objetivo primordial é o de zelar pelaintegridade ética da propaganda comercial veiculada no país, com base emnormas voluntariamente adotadas pelo mercado, torna público que:1. O Plenário do Conselho de Ética do CONAR, em sessão realizada em 08 defevereiro de 2007, deliberou tornar público que reprovara campanhapublicitária do produto Purina Beneful, do anunciante Nestlé do BrasilLtda., em razão de expressões e ilustrações não condizentes com arealidade desse alimento para cães.2. O processo ético foi instaurado em 2004, mediante denúncia deanunciante concorrente que, em resumo, questionou a veracidade dainformação de texto sobre a presença de carne nobre na composição doproduto, reforçada por ilustração de carne fresca. O anunciante teveassegurado direito a ampla defesa e viu apreciadas todas as suasmanifestações contra a decisão do CONAR que recomendara, reiteradamente, aalteração das peças da campanha e da embalagem.3. Ocorre, porém, que decorridos cerca de quinze meses Purina Benefulcontinuava persistindo na infração apontada, mesmo depois de vencido oprazo para sua correção.4. Em face do não-acatamento pleno da decisão irrecorrível, o Conselho deÉtica deliberou impor a sanção mais severa prevista no art. 50 letra “d”do Código de Auto-regulamentação Publicitária: a divulgação pública daposição do CONAR em relação ao anunciante responsável pelas peçasreprovadas. Participaram do julgamento do processo nº 239/04representantes do mercado publicitário e da sociedade civil, componentesdo Conselho de Ética da instituição. A empresa se fez representar por seusadvogados. Informações sobre esta instituição estão disponíveis emwww.conar.org.brS. Paulo, 08 de fevereiro de 2007.Gilberto C. LeifertPresidente do CONAR

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Mídia, aipos e cebolas

A mídia tem feito uma grande campanha contra todo e qualquer projeto que pretenda estabelecer uma classificação (indicativa, diga-se) de faixa etária para a programação, especialmente da tv aberta. A Globo fez até um institucional em que diz que quem deve fazer isso são os pais. Estranho né, pois em todos os países democráticos existe alguma classificação. Aqui qualquer tentativa de controle social sobre a mídia é logo tachada de "censura". Eis um bom debate, ao qual voltaremos breve.

contagem macabra, mas necessária

É duro, mas real; um site que conta o número de mortos pela violência no Rio de Janeiro. Não acredita? Eis o endereço: www.riobodycount.com.br