Repito meu argumento, já desenvolvido neste blog. O buraco é sempre mais em baixo, mas será que os menores não estão "assumindo" muitos crimes praticados por "maiores", para livrar a caras desses últimos? Veja matéria abaixo e reparem que o que aumenta são os crimes mais violentos...
"Crimes de menores crescem 20% em BH
Maioria de ocorrências na Vara da Infância e da Juventude é de roubo e tráfico. Faltam vagas em centros de internação
Izabela Ferreira Alves - Estado de Minas
O número de atos infracionais cometidos por adolescentes em Belo Horizonte aumentou 20% nos dois últimos anos. Em 2005, o Judiciário abriu 3.560 inquéritos contra menores e, no ano passado, 4.206. Nem todas as representações se transformaram em processos. Segundo a juíza Valéria da Silva Rodrigues, da Vara Infracional da Infância e da Juventude, o aumento foi isolado. “Recebemos cerca de 800 inquéritos por mês e 600 deles se tornam processos. No geral, não podemos falar em crescimento da violência”, afirma. Ela diz que a maioria das ocorrências está relacionada ao porte de armas, roubo e tráfico. “Esses atos caminham juntos, acompanhados do aumento do uso de drogas”, acrescenta. A juíza considera que os dados indicam maior eficácia da polícia e critica um dos principais programas de prevenção à criminalidade infanto-juvenil, o Fica Vivo. Contrariando dados do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a juíza afirma não perceber redução de homicídios nas áreas em que foi implantada a iniciativa. “O Fica Vivo foi criado para combater assassinatos, mas devia ter foco voltado para as principais causas das mortes: o tráfico e o porte ilegal de arma”, destaca. Em 2005, foram cometidos 65 homicídios por adolescentes e 74 em 2006. De outubro de 2005 a outubro de 2006, foram mortos 1,4 mil menores. Conforme o delegado Robson Vilela Gomes, chefe interino da Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), o número de atos infracionais de menores cresceu entre 25% e 30% nos dois últimos anos. “O pior é que houve aumento entre 30% e 40% dos crimes violentos”, lamenta. A Dopcad recebe por dia, em média, 15 adolescentes em conflito com a lei e, desde a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, houve avanços, na opinião do policial. “O estado tem feito investimentos, mas municípios e governo federal têm que agir de forma mais incisiva”, ressalta. De acordo com o subsecretário de Atendimento a Medidas Sócio-Educativas, da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Ronaldo Pedron, as vagas para cumprimento de penas em regime aberto são de responsabilidade das prefeituras. “Os centros de internação são o último recurso. A reinserção social com cumprimento de medidas em meio aberto é muito mais eficiente”, salienta. Em Minas, há 300 adolescentes em cadeias. Para resolver o problema da falta de centros de internação, o estado, desde 2003, investe na interiorização das vagas. Naquele ano, eram apenas 400 e, hoje, já são 800. “Nossa meta é oferecermos 1 mil vagas até o fim do ano, mas é importante destacar que a prevenção, em parceria com as secretarias de Estado de Educação, de Assistência Social e outras, vem sendo desenvolvida, paralelamente, e apresenta bons resultados”, diz. De passagem pela Vara Criminal da Infância e da Juventude, um adolescente de 16 anos falou dos motivos que o levaram, com outros dois colegas, a assaltar várias pessoas às margens da Lagoa da Pampulha, com um revólver calibre 32: “Parei de estudar, meu pai foi assassinado e minha mãe me deixou. Moro com uma irmã e não acho justo ver todos os bacanas com dinheiro e eu passar aperto”, alegou. "
terça-feira, 3 de abril de 2007
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Um comentário:
Zeca,
A questão da violência é de difícil solução. Entramos num círculo vicioso crime/impunidade. Na verdade, tanto faz se aumentou o número de crimes cometidos por menores ou se eles estão assumindo a culpa dos maiores. A resposta será a mesma: a certeza da impunidade. Também esta desculpa das diferenças sociais é antiga. Não explica, nem justifica.
Bração
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