quarta-feira, 21 de março de 2007
Sobre a TV estatal, ou como se confundir cinta com funda
Ah, eis o velho tema de volta. O governo Lula anunciou, através do indefectível ministro Hélio Costa -ex fantástico-, a intenção de se unificar as diversas estruturas de TV "pública" espalhadas pelo país em uma só, que daria origem a uma rede nacional do poder executivo brasileiro. Foi o que bastou para o estouro da boiada. Veja, Estadão, Globo, Folha, etc etc, caíram de pau e, como sempre fazem quando o assunto tangencia a questão de quem pode e de quem não pode informar/formar no Brasil, misturam tudo, distorcem e acusam uma ameaça à liberdade de imprensa. Ora, vamos com calma. Primeiro, que todos os poderes já possuem algum meio de comunicação que divulga suas ações e projetos. Normal. Segundo, que todos os governos no mundo também fazem algum tipo de imprensa oficial. Normal. Terceiro, que ninguém é obrigado a assistir o que não quer. Alás, um parênteses: não são estes mesmos veículos que martelam sempre na liberdade de escolha dos leitores/telespectadores quando se discute qualquer normatização para o setor. Fecha-se o parênteses. Quarto, que a idéia não colide em nada com a permanência do setor privado de distribuição de notícias. Estrutura-se somente uma, digamos assim, uma voz oficial, que concorrerá com as outras vozes. Ou com os donos das outras vozes. Normal. Quinto, por que a gritaria então. Normal. O uso do cachimbo deixou muitas bocas tortas. Cismaram que receberam um mandato divino como monopolizadores da informação, da edição e da formação de opinião. Normal.
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Um comentário:
Não sei Zeca. Concordo quando vc diz que a mídia acha que tem um mandato divino e só ela pode "formar' a opinião do povo. Mesmo assim, tenho minhas dúvidas sobre este desejo do Lula, gastar mais dinheiro em uma nova televisão, quando temos tantas outras necessidades mais urgentes. Claro, todos poderemos assistir ou não. Como a hora do Brasil, que poucos vêem ou viram? TVs Senado, Câmara, etc... Para quê?
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