quinta-feira, 5 de abril de 2007
Nada me é estranho na humanidade
Fui ver "Pecados Íntimos", o filme. Péssimo título na versão brasileira. O original "Crianças pequenas" é muito mais fiel ao enredo. Mas isso é o de menos. O filme é muito bacana. Inteligente, sensível e corajoso. Sem lugares comuns, apesar de tratar de uma série de lugares comuns. Faz pensar e sentir. Aliás, as duas coisas deveriam andar sempre juntas né? Mas o pragmatismo racionalista batalha para separá-las. E com relativo sucesso. A história não conto. Mas o fundamental é que o filme nos faz ver que a tolerância, mais que os juízos de valor, quase sempre apressados, pode nos salvar. Quando dá tempo, claro. Vale por dois anos de boa terapia. Lembrei-me de um texto do psicólogo Inglês Winnicolt (será que não falta ou sobra alguma letra?), discípulo do velho Freud que dizia que para crescer, as crianças precisam superar a noção/certeza de que é o seu choro que faz com que o seio materno apareça. Ou seja, o mundo nunca é nosso umbigo, por mais que nós desejássemos isso. Na atualidade parece que tudo conspira para nos infantilizar eternamente. Somos uma espécie de crianças permanentemente mimadas e incentivadas a desejar tudo, a toda hora e do jeito que queremos. Não sei não, mas a propaganda consumista, que inferniza a nossa cabeça para querermos tudo sempre tem lá a sua parcela de responsabilidade. Mas a maior ainda é nossa: educação, educação, educação, razão e sensibilidade. Que falta coletiva isso nos faz. Bom, vá ver o filme. Ele é infinitamente melhor que esse texto.
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