segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

sobre homens e lobos

Thomas Hobbes (filósofo inglês, século XVII) ficou conhecido como o pai do absolutismo. Sua visão da natureza humana não era nem um pouco condescendente: para ele, o homem era vaidoso, belicista e vivia se medindo pelos outros, o que gerava um permanente estado de angústia e medo, que por sua vez levava ao ato racional de atacar o outro como medida de segurança preventiva. Resultado: uma guerra de todos contra todos, o tempo todo. A saída (sempre provisória) seria a mão forte do Estado, obrigando todos à obediência de regras comuns. Cada um abriria mão de seu poder individual em função da segurança. Lembrei disso ao pensar mais um pouco na situação hodierna no que tange a questão da segurança pública no Brasil. Tudo esgarçado, medo, angústia e cada um cuidando de si, pois é tempo de murici. E vamos indo. Filósofos defendo a lei de talião no combate a criminalidade; legisladores alegando incapacidade de decisão em momentos de muita emoção. E as regras sociais se esgarçando, e cada um ficando cada vez mais cada um. Reparem quantas regras são quebradas diariamente por todos; nem falemos mais das barbáries, dos grandes crimes, mas das pequenas e insidiosas quebras das noções básicas de convivência social. Alucinamos de vez ou ainda dá tempo para alguma reflexão ou ação racional?

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