terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
decidir sob emoção
O debate do dia e da semana continua sendo a repercussão do assassinato do menino João, arrastado no Rio de Janeiro por ladrões no carro de sua família que acabava de ser assaltada. Barbaridade que nos remete mais e mais para o universo hobbessiano (Thomas Hobbes, Inglês, séc. XVII) da guerra de todos contra todos. Nela todos têm medo de todos, e a melhor defesa é o ataque, resultando sempre em mais violência e guerra. Triste país. Mas o post é sobre as repercussões. Espanta-me ver, ouvir e ler declarações de próceres de nossas instituições republicanas (?) alegando que não se deve tomar decisões sobre as necessárias mudanças legais para o combate à violência. Se é assim, nenhuma decisão pode ser tomada neste país, pois vivemos sempre sob o impacto de notícias assustadoras nesta área e em muitas outras. Seria cômico se não fosse trágico. Afinal os legisladores, os especialistas, os governantes, os juízes, entre outros, deveriam atentar para o fato de que é nos momentos de extrema emoção e tensão que se mede a capacidade de liderança e de reflexão. Mais que isto, é nestes momentos é que cria-se na sociedade uma opinião propensa a legitimar as mudanças. Querer postergar as decisões sob este argumento beira à indigência intelectual. Óbvio que não se trata de linchamento, o que se quer são decisões rápidas, justas e eficazes, sintonizadas com os tempos bárbaros que vivemos.
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